[Guia] Instaurando o caos na sala de aula: I - Conhecendo a ordem

Dos diversos ambientes em que vivemos, existem vários onde vale a pena dar aquela sacaneada. Mas quando se falar de zoar, quase que instantaneamente, se pensa em sala de aula. E esse guia será sobre isso.
E para lecionar sobre a instauração do caos em sua classe, ninguém melhor do que o Mestre do Caos Escolar, o Sr. Dudz.

Se você pensa que já aprontou algo, esqueça. O cara é profissional. Ele leva a proposta a outro nível, transformando um grupo de estudantes, numa espécie de organização criminosa temporária, que se dissolve na mais certa hora.

A grande sacada de você ser um perturbador da ordem numa sala de aula, é nunca ser pego. Em quase 8 anos de 'aprendizado', eu fui mandado para a coordenação por apenas 2 vezes. Esse é o grande lance. Ser pego é para os fracos.

Sábias palavras de quem prática o ato com maestria. E é com a ajuda dele, que vamos 'propor' (porque nós somos legais e não incentivamos a baderna, diretamente falando) aqui, os melhores métodos, estratégias e aplicações.

1.1 O que é o caos?

O site Discovery na Escola, define o caos como: Estado de confusão ou desordem em que se achará a matéria até o momento da criação do cosmos.
A aplicabilidade deste conceito fora das ciências exatas, consiste na desorganização de qualquer sistema, rotina e práticas. Essas três palavrinhas mágicas te lembram algo? Escola, certo? Claro.

Num ambiente escolar, existem x coisas básicas que valem a pena citar. Essa listagem me foi apresentada a primeira vez pelo Dudz (tô falando que o cara é profissa).

1.1.1 Horários e intervalos.

Toda grade escolar é composta de horários que se repetem, por todos os dias, podendo raramente variar. Entre cada aula, desde que de matérias diferentes (e logicamente, professores diferentes), há um intervalo para troca de professores ou de salas. Não estamos falando de recreio ou lanche, mas sim daqueles 3 minutinhos onde os professores vão de uma sala para a outra.
Uma breve explicação do que estamos falando, por Dudzera:

Esse período é o espaço de tempo onde estão as melhores oportunidades. É importante saber administrar a situação, identificar o perfil de cada professor e estudar o comportamento dos mesmos. Há professores que demoram para chegar, e professores que já estão na porta antes do sinal soar. Para cada um deles, há também uma reação diferente. Professores mais legais, geralmente não ligam se você estiver tocando a zona quando ele entrar, afinal, ele já foi aluno e sabe muito bem o que a ociosidade faz com as pessoas. No entanto, professores mais 'linha dura' costumam xarolar até se você PENSAR em beber água.

Lembre-se sempre de aprender quais são os melhores intervalos para agir. E nunca, eu disse NUNCA, deixe-se levar pela massa que toca a zona instintivamente. O bom deliquente age como líder, e não soldado de baderna.

1.1.2 Uniformidades

Você já parou para pensar no porque de sermos obrigados a usar um uniforme brega? Na maioria das escolas do Brasil, essa prática ainda é adotada. E sua maior variação se dá no ensino médio, onde algumas escolas ainda aceitam o uso de calças jeans.

Usamos uniformes, pelo próprio sentido da palavra: uniformizar. Praticamente todas as escolas tratam seus alunos de forma igualitária, em todos os assuntos. Mas não é preciso ser um gênio, pra saber que não é assim que funciona. Somos todos regidos pelas mesmas leis e temos os mesmos direitos, mas tratar todas as pessoas, ainda mais crianças e adolescentes, de maneira completamente igual é burrice.

Uns aprendem muito facilmente, enquanto que outros, por inúmeros motivos, tem dificuldades até para decorar uma parte da taboada.

As pessoas são forjadas desde cedo em ambientes diferentes. Não somos criados em laboratório, sob as mesmas condições de temperatura, pressão e toda aquela merda lá. Temos a tendência de levar para a escola, alguns hábitos nossos de casa e da rua onde moramos. Isso é inevitável.
Sem contar ainda com as outras possibilidades... Crianças dislexas, hiper-ativas, dotadas de inteligências maiores, as com baixa autoestima.
Eu sempre fui uma criança muito agitada e criativa. Nunca consegui me concentrar em mais do que duas aulas seguidas, e nunca processava as informações no tempo correto, ficando pra trás em deveres de casa e essa joça toda.

Como foi muito bem dito pelo Dudzera, somos diferentes pro princípio. Uniformizar os alunos, é uma maneira barata de induzir a ordem e a igualdade entre as classes e ambientes escolares. Sem contar que, identificar os alunos pelo uniforme, com cores separadas para cada série ou grau, torna-se uma subdivisão dentro do ambiente escolar.

Se no seu colégio, a determinação do uniforme vai desde a cor do tenis, até a espécie de casaco, sinta-se um felirzardo. Segundo nosso especialista em aberramento social, esta é a forma mais fácil de se iniciar o caos.

Quando um regimento de uma escola estipula todo o uniforme, inclusive o calçado, temos uma situação peculiar: qualquer alteração, mesmo que mínima, quebra a ordem dentro de uma escola. Você conhece aquela frase mais dita por qualquer professor: se eu deixar um, todos vão querer. E é exatamente isso o que ocorre.
No colégio onde eu cursei o ensimo médio, não podíamos usar tenis de cores diferentes de branco, preto e azul. Mas quem disse que eu ia abrir mão do meu All Star vermelho? E foi assim, sendo o primeiro aluno a quebrar a regra, que eu me tornei o principal alvo de atenção dos bedéis. Isso é um fato, ao se tornar um badernista, você esta entrando para a lista negra de alunos. A vantagem de se fazer isso, começando pelo uniforme é que, qual diretor em sã consciência, vai comprar briga por causa de um tenis? Qualquer coisa, troque-o. Coloque um preto, não faz mal. O importante, é mostrar que você tem opinião própria. E isso é o que mais fode com a paciência de coordenadores.
Eu nunca tive esse tipo de restrição. Na minha escola, o uniforme era liberado da cintura pra baixo. Mas preciso admitir, casacos já me trouxeram pro patamar de ameaça à ordem educacional.

1.1.3 Tarefas e prazos

Lições de casa, trabalhos em grupo, provas orais e todo o tipo de teste escrito. Um prato cheio para trabalhar a desordem. Quando estamos sendo avaliados quanto aos nossos conhecimentos, estamos colocando a mostra, todo o nosso entendimento perante um determinado conteúdo. Pelo menos é isso que os professores pensam.

Os alunos problema que tem dificuldade em testes e coisas do tipo, não necessariamente são problemas sociais. Um exame é um momento só pra provar o que você sabe. Podemos estar nervosos, cansados, de TPM (para las chicas) e até mesmo revoltados. Qualquer merdinha modifica seu temperamento, o que será refletido diretamente no que você publica.

"O que é que eu faço quando o professor me critica por notas baixas Nitro?". A resposta, caro boçal, é simples. Nada. Não faça nada. A legislação brasileira determina que, dentro da sala de aula, durante o período que o teacher julgar necessario para aplicar a aula, a autorida máxima é o professor. Se eu não me engano, essa parada foi criada logo após a ditadura, para dar poder de ordem ao mestre, impedindo que o exército venha a atrapalhar o curso da educação nacional, com falsas acusações. Você sabia disso? Ele é mais poderoso do que um capitão, comandante e bla bla bla. Mas obviamente, nenhum professor vai abusar desse poder a toa.

O que acontece é que, ele tem palavra de ordem em caso de desacato e interrupção da aula. Mas ele nada pode fazer, se você mantiver o respeito. Sabe quando a tia Marcela que dá aula de biologia vira pra você e te diz: "Alex, você tem potencial garoto. Basta usá-lo!". Okay velha coroca, e?

Nunca interpretei potencial como interesse. Sempre fui inteligente e capaz de aprender qualquer tipo de conteúdo, mas quer saber? Protozoário de cu é rola! Odeio biologia! É esse ódio que vai manipular a ordem, ao menos a mental de sua vítima. Mas atenção, esta prática somente deve ser utilizada quando você pode se garantir na matéria em questão. Nunca subestime o poder de um professor de lhe reprovar. Comentando o assunto, Dudz:

Velho filho da puta... Me rodou em química!

Deu pra entender?

Demonstre que sabe, responda tudo na lata quando for perguntado à turma. Dedique um tempo para descobrir novos conteúdos mais adiantados, e já os introduza antes do professor chegar a tocar no assunto. Ele vai adorar você. Vai querer você do lado dele, como o aluno modelo, que sabe a matéria por osmose. Pronto, o ponto fraco dele está a mostra. No exame que ele aplicar, a prova física e documentada de que ele pode ensinar algo a um badernero, trate de se foder. Faça isso mesmo. Se foda. Responda tudo com 'Chuck Norris', 'the books is on the table' e outras frases idiotas do tipo...

Ronaldo!

Isso vai fazê-lo perder um pouco do sono. E consequentemente, vai influenciar a capacidade dele de controle da classe. Viu como pode ser bem prático se fazer de burro?
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Pronto. Acho que por enquanto já da pra começar. Com esses conhecimentos básicos sobre a ordem dentro da sala de aula, você já está mais apto a acabar com ela.

No próximo capítulo: Organizando o crime

4 comentários:

Álvaro Marcolino | 1 de junho de 2009 às 22:24

Já anoite, e aplicarei no cursinho. De maneira adaptada, claro, já que não faço provas e não uso uniformes. Pensando bem, vou deixar para quando forem me fazer voltar à 4ª série.

Nitro | 3 de junho de 2009 às 22:53

Aguarde. Logo logo explicaremos como se trabalha em sala de cursinho.

marina | 7 de junho de 2009 às 18:02

e em uma sala da faculdade??

Voluvelmente | 9 de junho de 2009 às 14:15

Cada um na sua e bom senso,não tem coisa melhor.

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